Capítulo 030/01- ERROS INFESTOS
Edward – POV
Aflição, Ansiedade... Eram sentimentos
desconhecidos por mim, como muitos outros até a presença de Bella em minha
vida.
Eu nunca fui conhecido por ser uma pessoa com
sentimentos; eu nunca havia sido criado dessa forma. Minha família não era
conhecida por demonstrações de afeto em público, e desde criança eu aprendi que
um abraço do meu pai ou um beijo de minha mãe eram apenas recompensas por algo
que realizei que os enchia de orgulho ou em ocasiões especiais como aniversário
ou natal.
Em meu vasto vocabulário de palavras, somente
uma fazia parte do quesito sentimento; A Lealdade. E era esse sentimento que me guiava em
direção a Emmett. Ele sempre tinha sido meu
amigo, meu parceiro, e não era porque hoje eu tinha Isabella em minha vida, e
que significava tudo para mim, que eu iria virar ás costas e não tentar pela
última vez ajudar aquele que esteve comigo nos meus piores momentos.
Eu era leal com aqueles que estavam ao meu lado.
- Onde está Emmett? – perguntei assim que
adentrei ás portas da Alpha
Epsilon Pi, já torcendo o nariz para o estado deplorável que se encontrava o
lugar com minha mudança para o apartamento; bebidas estavam espalhadas por
todos os lados, cinzeiros e mais cinzeiros de fumo em cima dos móveis deixavam
o ambiente com um cheiro insuportável de nicotina. Homens e mulheres seminuas
andavam pelos corredores completamente alterados – Que merda está acontecendo
aqui? – esbravejei irritado.
- Estamos
nos divertindo Cullen, estamos de férias! – respondeu Mike jogado no sofá, com
uma garrafa de cerveja na mão.
- Pois trate
de passarem as férias em outro local! Eu não autorizei nenhuma festa, nem
comemoração alguma.. que merda vocês tem na cabeça? Se alguém faz alguma
denúncia teremos os reitores em nossa bunda sem que possamos dar um primeiro
suspiro, sem contar que vocês estarão detidos antes mesmo que possam ligar para
o “papai” para pedir arrego - discuti
nervoso, referindo-me a quantidade de vestígios de drogas espalhados pelo
local.
- Você não
manda mais aqui Cullen – murmurou Mike, dando de ombros, fazendo com que minha
já escassa paciência se exaurisse.
- Não é só
porque não durmo mais aqui, que eu não mando nessa porra Mike! – rosnei em sua
face, quando a passos largos me aproximei pegando-o pelo colarinho com força
bruta, jogando sua garrafa de cerveja na parede, fazendo com que as pessoas que
transitavam por ali saíssem correndo - Eu mando nessa merda, tudo o que eu digo
e falo é para ser acatado como lei, você não vai querer bater de frente comigo
Mike, você não vai querer pagar para ver o que eu faço com que duvida de minhas
palavras e eu sugiro que antes de você arrumar suas malas para sair dessa
universidade, você deixe esse lugar em ordem- avisei.
- Para onde eu vou? Meus pais estão passando
férias na Europa, foi por isso que fiquei aqui, não tenho para onde ir.... meu
velho está bronqueado comigo – disse engolindo nervoso com minha ameaça.
- Não me importa onde você está indo. Tanto
quanto estou preocupado você pode ir para o inferno, mas dentro dessa
universidade não tem mais espaço para você, principalmente nos próximos três
meses..
- Você... você quer que eu me afaste por três
meses? – perguntou confuso.
- Em três meses eu estou fora dessa merda
Newton, e não quero ter que olhar na sua cara ou saber de sua existência nesse
período.. fui claro? – cuspi espremendo ainda mais a gola de sua camiseta.
- Cullen..
- Nada de Cullen! Aguentei sua insubmissão por
tempo demais, e minha fodida paciência esgotou!! Pegue seu lixo e caia fora
daqui, antes que eu me irrite e sua chance de voltar para Harvard seja nula –
completei empurrando seu corpo de volta ao sofá – Eu deveria ter feito isso há
muito tempo – comentei referindo-me á meses atrás quando fui responsável pela
expulsão de outros alunos que haviam desacatado minhas regras – Onde está
Emmett? – perguntei mais uma vez.
- No quarto dele – murmurou de cabeça baixa.
- Algumas horas Newton! – avisei mais uma vez
subindo ás escadas e indo em direção ao quarto – Emmett! – chamei assim que
abri a porta, ficando imóvel quando vi seu corpo jogado ao chão – EMMETT! –
gritei mais uma vez, correndo ao seu encontro
– Porra cara! O que você fez? – pedi aflito notando seu corpo
convulsionar – JAMES! JAMES! – comecei a gritar pedindo por ajuda. Emmett era
enorme, e desmaiado eu não tinha forças para levantar seu corpo sozinho.
- Cullen? ... Merda!! o que houve aqui? –
perguntou correndo em minha direção quando viu o estado dele.
- Ele está tendo uma convulsão, ajude-me a erguer
seu corpo até a cama! – pedi erguendo seu tronco, enquanto ele segurava suas
pernas.
- O que está acontecendo? – perguntou Victória
entrando no quarto, seguida por Tanya.
- Emmett está passando mal! – explicou James, enquanto
eu batia em seu rosto levemente na tentativa de acordá-lo.
- Eu saí do quarto agora á pouco! – comentou a
ruiva
- O que você fizeram? Quais os tipos de droga
consumiram? – perguntei aflito.
- CULLEN! – gritou Victória em falso
constrangimento.
- CULLEN O CARALHO! QUAL A PORRA DE DROGAS VOCÊS
USARAM? NÃO VENHA COM CENINHA DE HORROR, SE FINGINDO DE OFENDIDA! TODOS SABEM
QUE VOCÊ É UMA PUTA DROGADA VICTÓRIA! – gritei possesso.
- Calma Edward.... – pediu Tanya...
- CALMA? VOCÊS PERDERAM SUAS MENTES? SE ALGUMA
COISA ACONTECER COM EMMETT, COLOCO TODOS VOCÊS ATRÁS DAS GRADES!! – ameacei,
notando a cor drenar dos rostos apavorados de seus rostos com minha ameaça
clara.
- Edward.... – murmurou Emmett, desviando minha
atenção.
- Emmett! Cara você está bem? – perguntei
ansioso.
- Não os mande para a cadeia! Eu estou bem! –
sussurrou grogue, muito baixo.
- O que você tomou? Consegue levantar?
Precisamos ir ao hospital! - comentei
ignorando sua tentativa de me acalmar.
- Não vou á hospital algum, eu só exagerei um
pouco na bebida.. eu vou ficar bem...
- Emmett... – chamei irritado, apertando á ponta
do meu nariz. Ele estava me tirando do sério – Você quer morrer maldito?
- Todos nós vamos morrer um dia Cullen – tentou
fazer piada.
- Não em minha mão porra! – esbravejei – você
sabe que precisa de ajuda.
- A única ajuda que preciso no momento é de um
bom banho e alguma coisa para comer, eu vou ficar bem – resmungou tentando se
levantar.
- James me ajude aqui – pedi tentando erguer seu
tronco – JAMES! – chamei mais alto, quando ele somente me encarava como se
estivesse perdido em pensamentos.
- Sério Edward, você poderia gritar menos! Minha
cabeça está explodindo – reclamou.
- Vai se foder Emmett! Você todo está para
explodir se continuar assim! Venha vou te colocar no banho! – ofereci,
ajudando-o.
- Não sabia que você queria me ver pelado Cullen!
Saiba que você não faz meu tipo! – provocou fazendo-me revirar os olhos com seu
comentário idiota.
- Emmett cala essa boca! – avisei, apoiando seu
corpo até o banheiro, pois ainda estava muito grogue. Se eu o largasse sozinho
embaixo do chuveiro, ele provavelmente iria cair e arrebentar a cabeça.
- Você quer ver minha bunda? – provocou.
- Nem que fosse á última
coisa do mundo idiota! Vou te jogar na água com roupa e tudo – avisei, tirando
os objetos do meu bolso e colocando em cima da mesinha para que não molhassem;
minha carteira, meu celular e as chaves do apartamento – Vocês busquem alguma coisa
para ele comer! – ordenei a James, Tanya e Victória que desde minha ameaça de
colocá-los na cadeia, ainda não tinham um semblante estranho no rosto - Motherfucker´s – murmurei, voltando para
o banheiro.
- Me empresta seu carro
Cullen, o meu está na oficina – pediu James enquanto eu colocava o grande corpo
de Emmett embaixo da ducha fria.
- As chaves estão na
mesinha! – avisei sem olhar para trás! E mal sabia que com minha atitude
arrogante e displicente estava cometendo o maior erro de minha vida.
Porque se eu tivesse
acompanhado James enquanto ele pegava minhas chaves, eu poderia ter notado o
olhar de ódio em seus olhos. Porque se eu tivesse deixado minha arrogância de
lado, eu poderia ter notado o sorriso maldoso na face de Tanya enquanto digitava
em meu celular após mostrar uma ligação para James. Porque se eu tivesse
prestado atenção ao meu redor, e não somente no amigo que eu tentava ajudar, eu
poderia ter notado James e Victória cochichando, enquanto ela entregava a Tanya
as chaves do meu ninho com Bella.
Se a minha empáfia e
minha altivez não tivessem dominado tanto minha mente, eu poderia ter notado
que meu mundo particular estava prestes a ruir.
. . . . . . . . . . . .
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Bella-POV
Eu me sentia perdida.
Minhas mãos tremiam, e minha visão estava nublada pelas lagrimas que insistiam
por cair em minha face. Eu não lembrava á quanto tempo eu havia saído do
apartamento, ou quanto tempo eu havia corrido para fora das dependências do
condomínio em que vivia com Edward. A chuva torrencial que começara a cair ardia
em minha face assada pelas lágrimas, e meus pés doloridos e machucados de
correr e andar por tanto tempo, faziam-me mancar.
Eu não tinha a mínima
ideia de onde ir, ou quem procurar. Tudo o que eu podia pensar era que eu tinha
que ficar longe de Edward e suas mentiras sujas; longe de seu mundo fútil e
cruel que eu havia vivido por mais de três anos. Eu não poderia ir para qualquer lugar que ele
pudesse me encontrar. Eu só tinha uma
coisa em mente; eu só podia pensar em como conseguir uma maneira de fugir de
suas garras, até que estivesse forte o suficiente para poder olhar em seus
olhos e enfrentá-lo.
Se é que algum dia eu
seria capaz de olhar em seus olhos novamente.
Eu odiava Edward. Odiava
o que ele tinha me feito; odiava suas mentiras, suas palavras falsas e suas
mendacidades. Abominava a pessoa que eu tinha me tornado por ele, e
principalmente execrava esse amor em meu peito. Eu me martirizava por deixar-me
levar tão facilmente por seu ato vulpino, por suas palavras de falso amor.
Eu havia perdido a conta
de quantas vezes girei meu corpo, seguindo de volta pelo caminho do apartamento
na ânsia de adentrar irracionalmente naquele quarto e acabar com aquela farsa
em sua cara, destruir tudo ao seu redor....
Mas era somente eu
colocar a mão em meu ventre que a razão novamente guiava meus passos em sentido
contrário. Eu não podia pensar somente em mim. Eu carregava uma vida, que não
tinha culpa de ser fruto de um amor mentiroso. Eu não podia correr o risco de
passar mal novamente, como já havia no durante o percurso, e colocar em risco a
vida que crescia dentro de mim. Eu nunca mais sofreria por Edward, e meu filho
jamais iria passar por isso.
Eu levava comigo apenas
minha dignidade e a bolsa com meus documentos.. e nada além disso. Eu sabia que
tinha que entrar em contato com Rose, pois
nesse momento era a única pessoa que podia me ajudar, mas meu celular estava em
pedaços em algum lugar pelo caminho, detonado em um ataque de fúria. Não
dispunha uma grande quantia de dinheiro vivo e os cartões eu não podia
utilizar, porque tudo que eu tinha pertencia a ele. Só o que me restava era
encontrar algum hotel vagabundo onde pudesse me aquecer e buscar ajuda de uma
forma que ele não soubesse de meu paradeiro.
- Vai ficar tudo bem
Bella... você é forte! Vai ficar tudo bem!.. – eu murmurava para mim mesma
através das lágrimas – Nós vamos ficar bem bebê... eu prometo – eu chorava,
quando lembrava que não estava sozinha, encostando-me á uma porta de uma
fabrica abandonada, procurando abrigo da chuva que estava mais intensa.
Eu nunca mais estaria
sozinha.
- Moça... moça! – chamou
uma voz, fazendo-me erguer a cabeça – Você está bem?- perguntou um homem de
aparência agradável dentro de um SUV preto.
- Sim estou! – respondi
seca, enxugando o rosto e voltando a caminhar.
- Está chovendo demais,
não deveria estar andando a pé com essa tempestade, quer uma carona? – ofereceu
seguindo-me lentamente com seu carro.
- Não obrigado! Estou
indo para o ponto de táxi! – menti.
- Não existe ponto de
táxi aqui em West Village senhora, a menos que eles estejam procurando pela
morte! – comentou, fazendo-me estacar no lugar.
- O que? – sussurrei
amedrontada com seu comentário.
- Você está no subúrbio,
o índice de assaltos aqui é vasto, eu não quero assustá-la mas... você não está
segura andando sozinha por estas ruas a criminalidade aqui não se abrange
somente á assaltos se é que me entende – comentou, fazendo com que um frio de
medo corresse por minha espinha.
Eu corria o perigo de
ser estuprada?
- O que... como..como eu
faço para sair daqui? – perguntei assustada. Eu não tinha percebo que havia
andando tanto e sem rumo.
- Senhora os ônibus só
vão passar pela manhã agora, e como disse os taxistas não trabalham por essa
região – explicou.
- Mas... está cedo...
que horas são? – pedi confusa.
- São quase onze da
noite – respondeu pegando-me de surpresa – Olha.. não é muito bom ficarmos
parado aqui, porque você não entra no carro e lhe dou uma carona para onde
queira ir – ofereceu.
- Eu... eu não lhe
conheço – respondi nervosa. Eu estava com medo, mas não iria me enfiar no carro
de um desconhecido.
- Oh.. sim me desculpe!
Claro que não me conhece.. aqui está meu cartão – sorriu me entregando o objeto
pela janela.
- Investigador
particular? – perguntei curiosa, lendo o cartão elegante em minha mão.
- Jonathan Jenks á seu
dispor! – respondeu saindo do carro – Vamos... eu vou ajudá-la!! – sorriu
gentilmente, estendendo-me á mão.
E ali no subúrbio de Massachussets eu encontrava o auxílio para um novo futuro, e
nele meu caminho para se vingar do passado.
“O ódio sem
desejo de vingança é um grão caído sobre o granito.”
Honoré de
Balzac
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