quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

CNY - Capítulo 035/02


Capítulo 035/02- QUEDA LIVRE.

Edward – POV

- “....Em 2012 Edward Cullen foi alvo de investigação de uma operação do FBI que recebeu o nome Toque de Midas. O inquérito foi encerrado sem levantar nenhuma prova conclusiva.”    - terminou Emmett jogando o The New York Times em minha mesa.

Não era a primeira vez que meu nome estampava as primeiras páginas dos jornais. Era uma situação corriqueira, habitual que não causavam nenhuma reação á mim.

- Uma investigação á menos – murmurei, girando minha cadeira de volta em sua atenção. – Quem foi dessa vez? – perguntei querendo saber qual o nome do juiz que tínhamos em nosso bolso.

- Paul Lahote . Ele foi indicado por Alice, foi seu mentor na universidade – explicou.

- Onde ele está? – perguntei curioso
- Em sua nova lancha nas Ilhas Gregas com sua amante – comentou cínico – ele ficou muito agradecido pelo seu presentinho – completou fazendo-me sorrir. O dinheiro trazia muitos prazeres, mas o poder que vinha com ele, era o que mais me satisfazia – Você está preparado para a reunião?

- Você vai assumir essa reunião Emmett, tenho um compromisso com Alice – respondi olhando para o relógio em meu pulso, notando surpreso que já estava atrasado cinco minutos – Eu não quero Tanya e James participando dessa reunião, se encontre com os empresários em outro local, pode usar o bar do hotel onde estão hospedados, eles servem o melhor jantar e depois os leve para a boate, tenho certeza que as meninas do RoleModel serão o toque final para a assinatura do contrato – sugeri, recolhendo meu terno.

- Você e Alice? Será que finalmente a rainha do gelo conseguiu fisgar você? Quando isso aconteceu? – pediu espantado, fazendo-me revirar os olhos diante de sua cara sugestiva.

-Não seja imbecil! Eu não tenho nada com Alice, ela seria a última mulher que eu me relacionaria.

- Tem certeza?

- Não comece Emmett – alertei. Eu me encontrava em uma linha muito fina nesse momento, não tinha tempo para seus comentários e questionamentos infundados.

- Já faz três anos Edward – começou - até quando vai continuar com isso? – questionou, ignorando minha advertência. Emmett ainda era meu melhor amigo, a única pessoa dentro do meu ciclo que tocava no nome de Isabella e nossa situação sem que tivesse um desejo de morte.

- Até quando eu descobrir o que aconteceu há três anos. Até eu saber e acreditar que tudo o que eu vivi não passou de uma mentira – rosnei, caminhando em sua direção, fazendo-o levantar em atenção – Eu vivi aquele relacionamento Emmett, eu, e somente eu, sei das promessas envolvidas nele. Você sabe que eu tenho o controle sobre minha vida, que estou sempre a dois passos á frente de qualquer pessoa e situação, o que aconteceu comigo e Isabella tem uma explicação e mais do que saber isso eu sinto, e enquanto eu não escutar dos seus próprios lábios que tudo o que vivemos foi uma fantasia, uma mentira, eu não vou me dar por satisfeito, e se isso acontecer, se ela me confessar essa situação, somente nesse momento eu vou seguir em frente, caso contrário ás coisas continuam da mesma forma.

- Você não pode viver o passado, precisa seguir em frente, precisa esquecer. Precisa se relacionar com alguma mulher e parar de se prender em memórias que não vão voltar – continuou – você a procura por três anos e nada conseguiu; você tem que pensar na possibilidade de que ela se ainda estiver viva, esteja se escondendo de você!

- Isabella está viva! – gritei, socando a mesa e ficando frente á sua face – é obvio que ela está se escondendo de mim idiota! E está fazendo um esforço monumental para isso, eu conheço Isabella, ela pode ser inteligente e esperta, mas é feroz como um gatinho na gaiola, ela não tinha recursos financeiros para desaparecer dessa maneira, ela não possuía nem um passaporte Emmett! Como você acha que ela iria conseguir vanescer dessa forma?

- Edward...

- NÃO! – esbravejei mais uma vez – Eu fiquei cego por tanto tempo – exasperei, andando pela sala, passando ás mãos entre os cabelos  - eu fiquei aqui á noite toda, analisando novamente todos os dossiês de Jenks – suspirei -  alguma coisa não confere Emmett, eu ainda não posso colocar um dedo no que é, mas tenho certeza de que alguma coisa está fora... Alguém ajudou Bella, alguém financiou seu sumiço e aposto minha fortuna de que as coisas estavam em frente aos meus olhos o tempo todo; eu vou descobrir, nem que seja a última coisa que faço em minha vida e quando eu descobrir a verdade, não haverá nada e ninguém que me impeça de cuidar de tudo com minas próprias mãos. – avisei apontando um dedo em sua direção.

Eu confiava em Emmett, não podia negar que quando Isabella havia partido, eu desconfiei de sua lealdade, bem como á de todos que me rodeavam, mas com o tempo e sua ausência para a reabilitação, fizeram com que esse sentimento se desvanecesse, mas os acontecimentos do ultimo dias, as pequenas pistas espaçadas que surgiram, fizeram que a incerteza surgisse novamente. Todos meus sentidos estavam em alerta, exatamente como ficavam quando eu assumia um novo projeto bilionário, só que com muito mais intensidade como sempre foi quando ela estava em evidência. Todos meus instintos estavam aguçados, instigando-me a seguir por um caminho desconhecido e sem o conhecimento de ninguém e isso era exatamente o que eu iria fazer.

E não iria falhar.  Eu não podia mais falhar.
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- Esse é o Pub? – perguntei á Alice, assim que estacionamos em frente ao local de aparência discreta.

- Sim.. é aqui que todos os advogados, alguns juízes se encontram depois de alguma audiência, é como um ponto de encontro para que possamos discutir sobre os casos em que estamos trabalhando. Nem preciso avisar que seu nome é muito comentado aqui e assim que você entrar por aquela porta provavelmente criará uma certa comoção certo?

- Corro o risco de ser preso? – provoquei.

- Puff ... você vai com certeza receber mais currículos e cartões de visita do que está acostumado, muitos matariam para trabalhar para você Edward e estar no meu lugar – zombou.

- E você? – perguntei sombrio, encontrando seu olhar.

- Eu o que?

- Mataria para continuar trabalhando pra mim? – perguntei diretamente, tendo o prazer de ver seus olhos arregalarem.

- Eu... eu...

- Exijo lealdade Alice – cortei.

- Eu nunca trairia você Edward – declarou confusa.

- Então seu teste começa hoje. Eu não preciso que você mate alguém, nunca precisei chegar a esse extremo e mesmo que necessitasse eu tenho outras pessoas em mente – alertei – Mas fidelidade é tudo no meu mundo, tudo o que acontecer hoje e daqui para frente não deve ser comentado com ninguém em hipótese alguma, espero que você tenha isso em mente.

- Eu entendo – murmurou confusa –Eu posso perguntar o que estamos fazendo aqui, porque você quer conhecer Jasper?

- A única coisa que você precisa saber é que desconfio que seu Jasper tenha algo que eu quero.... eu não gosto de que tomem coisas que me pertencem – rosnei, imaginando se de alguma forma esse homem tinha algum tipo de relação com Isabella.

Eu iria matá-lo!

- Sim.. claro – engoliu seco

 – Acho que devemos entrar – avisei, notando algumas pessoas olharem em nossa direção, colocando meus óculos escuros.

- Não é todo dia que uma limosine estaciona em frente ao Fuller Edward – murmurou, revirando os olhos.

- Que seja! – esnobei dando de ombros. Eu realmente deveria estar aqui com algo menos chamativo, mas com os pensamentos por toda á parte, a ideia nem havia passado por minha cabeça até o momento.

- Você poderia ao menos entrar lá sem os seus quinze seguranças? – pediu um tanto irritada.

- Eles não irão entrar – revirei os olhos  - Ephraim vai ficar conosco os demais estão protegendo o quarteirão, o que pensa que sou? – perguntei ofendido.

- Nada..Edward... não penso nada – murmurou saindo do carro, fazendo com que a seguisse.

- Hey Brady! – cumprimentou Alice, o homem forte atrás do balcão.

- Alice.. quando prazer querida! O que posso fazer por você hoje? – sorriu em sua direção, enquanto passava um pano no balcão.

- Eu estava pensando, se você poderia arranjar uma mesa para mim e meu amigo aqui, de preferência perto do palco, Jasper toca hoje certo? – perguntou animada, fazendo-me revirar os olhos por trás dos óculos.

- Humm.. todas as mesas daquele canto já estão reservadas, mas posso arrumar uma lá trás – apontou para um canto mais distante.

- Não pode ser aquela? – perguntei, entrando na conversa, apontando uma mesa que ficava de frente ao palco, em um canto escondido com pouca luz.

- Nahhh... cara! Aquele canto é cadeira cativa dos convidados de Jasper.. sinto muito – deu de ombros.

- Eu quero aquela mesa – insisti jogando vários dólares em cima do balcão – Nós podemos resolver isso de duas maneiras, ou você me vende a mesa por dois mil dólares ou compro todo esse bar maldito em apenas uma chamada telefônica – ameacei irritado. A música começava a tocar e minha paciência estava chegando ao limite.

- Quem você pensa que é? – esbravejou, inclinando seu corpo em minha direção.

- Alguém que você não quer enfrentar, acredite em mim – encarei de volta.

- Brady... por favor.. use esse dinheiro para o tratamento de Jared... – apelou Alice – nós não vamos demorar aqui, eu prometo.

- Você tem uma hora – avisou, encarando-me e guardando o dinheiro em seu bolso – Você precisa escolher melhor suas companhias menina  - murmurou para Alice virando de costas – Hey Alcapone! – chamou, quando eu já estava a alguns metros de distância – as bebidas são á parte! – avisou, tirando um sorriso do meu rosto.




- Será que você pode ser mais discreto e menos arrogante? Estamos tentando não chamar muito atenção aqui ! – pediu bufando, quando sentamos á mesa.

- Não estou acostumado a ter que implorar por algo que quero – dei de ombros – eu queria essa mesa, simples assim.

- O mundo não funciona dessa maneira Edward – retrucou.

- Não o meu! – devolvi – aquele é Jasper? – perguntei, inclinando a cabeça em direção a um homem loiro e tatuado que afinava um vilão.

- Sim ..é ele – suspirou ao meu lado.

- Ela não pode ter me trocado por isso! – murmurei sentindo meu estomago gelar. Esse tal Jasper não tinha nada a ver com Bella.

- Ela? Quem é ela? – perguntou enciumada.

- O que sabe sobre ele? – pedi ignorando sua pergunta – Eu quero tudo Alice.

- Não sei muito... Jasper está aqui há cinco anos, no começo tocava aqui apenas para conseguir uma grana extra até que o filho de Brady nasceu com problemas e ele precisou de dinheiro.  Jasper ofereceu sociedade e  está aqui todos os dias desde então.

- Amigos? Familiares? Casado?– continuei, desviando o olhar em sua direção.

- Hummm ... não... ele não é casado, isso foi uma das primeiras coisas que perguntei sobre ele, nós apenas conversamos algumas vezes e o que sei é que seus pais morreram, era o único herdeiro de uma rede de fazendas, mas vendeu tudo para seguir a carreira como músico. Quando chegou a Nova York não tinha amigos, ele é muito recluso, não acredito que isso tenha mudado muito.

- Quero mais Alice! Esse cara não é recluso! Ele deve ter se envolvido com alguém todos esses anos, quando tempo você frequenta esse lugar? – questionei, tentando de forma desesperadora conseguir pistas e peças para o quebra-cabeça que tinha se tornado minha vida.

- Eu venho aqui há pouco mais de dois anos. Mas não frequento mais como antes, ele se tornou um pouco desagradável para mim – comentou torcendo o nariz.

- Como assim? E algo com Jasper?

- Sim... bem.. você sabe que eu tenho essa raiva sobre o que aconteceu comigo em Oxford – riu amargamente – aquela garota acabou com minha vida Edward. Meus pais sempre me cobraram demais e ficar em segundo lugar, teve o efeito mais devastador do que se eu tivesse sido expulsa da universidade – lamentou.

- Como? O que isso tem a ver com ele? – perguntei confuso e irritado. Eu queria respostas e a cada instante a sensação era de que as coisas se complicavam ainda mais – Seu rival na universidade era uma garota?

- Sim... um dia eu estava aqui, esperando para que pudéssemos nos conhecer mais um pouco quando ela entrou – disse irritada, como eu nunca tinha visto antes – Mas uma vez ela cruzou minha vida e todos os holofotes se iluminaram. Jasper nem notou minha presença e correu em sua direção como se ela fosse a ultima gota de água no deserto. Mais de um ano que eu não a via e ela continuou em meu caminho, levando tudo que eu almejava longe de mim.

- Quem é essa garota Alice... ela estava sozinha? Qual seu nome? – perguntei aflito, com minha cabeça latejando absurdamente.
- Isabella Dwyer, a mesma garota que entrou em Oxford e roubou meu lugar – revelou, fazendo com que automaticamente meu coração disparasse no peito e minhas mãos suassem.

Não podia ser! O que estava acontecendo? Isabella Dwyer, era a minha Isabella?

- Alice... você.. tem uma foto dessa Isabella?  - perguntei com a voz grave, a garganta seca.

- Não.. claro que não.. mas deve ter no anuário de Oxford... o que está acontecendo Edward? – perguntou aflita com minha reação, enquanto eu discava freneticamente em meu celular.

- Sam! É o Cullen! Quero que invada o sistema de Oxford e busque qualquer informação sobre a aluna Isabella Dwyer, transmita os dados no meu celular, você tem cinco minutos – ordenei desligando.

- Edward.. o que você quer com Isabella? Primeiro Jasper depois ela... que diabos está acontecendo aqui?

- Estou prestes a descobrir Alice... e se minha intuição estiver correta, acho que seu amigo Withlock tem algumas explicações a me dar – rosnei.

- Eu não te disse o sobrenome dele... Como sabe o sobrenome dele? – perguntou de olhos arregalados – Você vai mandar matá-lo?

- Não acredito que seja o único da lista – murmurei, pegando um copo de whisky do barmen que passava, tomando-o de uma vez – eu preciso de respostas – suspirei tenso, passando a mão pelo rosto quando duas coisas aconteceram simultaneamente.
O telefone ao meu lado tocou, informando o recebimento de um arquivo que em anexo continha a foto da mulher que eu procurei exaustivamente por mais de três anos e no palco Jasper Withclock abraçava animadamente Rosalie Hale e Jacob Black.
“Com o engodo de uma mentira, pesca-se uma carpa de verdade.”


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