quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

CNY - Capítulo 039/02


Capítulo 039/02-  REVELAÇÕES DE ALICE.
Edward– POV

Lágrimas. Eu podia contar nos dedos ás vezes que elas tinham escorrido por minha face, até esse momento em minha vida. As primeiras lágrimas surgiram por saudades dos meus pais, quando ainda pequeno me deixaram aos cuidados dos empregados para viajarem em uma nova lua de mel. As segundas lágrimas surgiram ainda na infância por descobrir que essas “viagens” seriam uma constante e que não importava a forma como me sentia, eu estaria só.  O prantos era uma demonstração de fraqueza, como meu pai muito claramente se fazia entender. 
Foi um ensinamento sofrido para uma criança com apenas cinco anos de idade, mas também de uma grande influência em minha personalidade, pois a partir desse dia, as lágrimas não faziam mais parte de minha vida.
Até Isabella.
Estava gravado eternamente em minha memória o exato momento que elas surgiram, naquele maldito dia de seu desaparecimento, destruindo uma parte de mim. E hoje, mais de três anos depois, elas me aniquilavam novamente em uma intensidade ainda maior. Porque ao observar a cena diante de mim, novas e abundantes lágrimas escorriam por meu rosto, não mais pelo medo do desconhecido, pela perda e pelas faltas de respostas, mas sim, por todos esses sentimentos duplicados e tantos outros que não conseguia nomear, com uma adição....  as novas lágrimas caiam também por outra pessoa. Uma criatura tão linda e perfeita, que nitidamente era uma parte de mim, e que eu não tinha o conhecimento de sua existência.
Minha filha Maggie. 
- Sr. Edward você está bem? – pediu Caius o motorista, escutando meu soluço enquanto as observava tomando um sorvete tranquilamente, rindo e conversando.
- Bem? – sorri com escárnio, tomando mais um gole de whisky diretamente da garrafa – você não acha que está faltando algo nessa cena? – perguntei um pouco grogue, limpando a boca com a manga da camisa, enquanto apontava a cena que me consumia.
- Não estou entendendo senhor!
- Eu estou faltando nessa cena...  essa é minha família PORRA! – gritei, jogando a garrafa no banco de trás, criando uma pequena ranhura no vidro blindado.
- O senhor está bem? Precisa de algo? Quer que eu chame alguém? – pediu aflito com minha reação, olhando-me assustado ao meu lado.
- Eu quero sua arma! – rosnei, sentindo a ira dominar meu corpo.
- Não.. Edwar.... Sr.Cullen... o senhor não pode matá-las! – respondeu em pânico, olhando-me de olhos arregalados.
- O que? – olhei incrédulo, depois furioso – você acha que eu faria algo contra elas? – rosnei, pegando-o pelo pescoço – imbecil siga-as – ordenei, notando as duas saírem da sorveteria de mãos dadas, caminhando pela avenida e logo entrando em um prédio – Pare! – ordenei, saindo do carro em um rompante, caminhando até a portaria do prédio em que Bella havia entrado. Minha vontade era confrontá-la, exigir respostas e cobrar de volta tudo o que havia perdido com sua partida e acima de tudo, fazer com que pagasse por meu sofrimento.
Eu odiava amá-la nesse momento.
- Senhor.. aonde vai? – perguntou o segurança do prédio, quando eu tentava passar pelo porteiro que recebia uma encomenda.
- Isabella está me aguardando – menti passando por ele, sentindo sua mão em meu braço parando meus avanços.
- Aguarde um minuto, preciso anunciá-lo senhor?
- Não preciso ser anunciado! – esbravejei, tentando-me soltar, cambaleando por causa da bebida – é a minha casa porra!
- Sinto muito Senhor, mas acho que está havendo algum engano.. o senhor não tem residência aqui – explicou confuso – é morador novo?
- Minha mulher e minha filha estão aqui – respondi irritado, tropeçando no segurança – eu vou estar onde elas estão! 
- Senhor.. somente moradores.....- avisou o segurança, empurrando-me de volta á calçada, fazendo com que eu caísse em cima do carro.
O efeito do álcool, neutralizando meus sentidos.
- Vou comprar o maldito prédio! Seus inúteis! Estão despedidos – apontei, sentindo os braços de Caius me ajudarem.
- Sr.Cullen! Vamos embora... – chamou, apoiando meu corpo e ajudando- me de volta no interior do veículo.
- Telefone para todos.... eu quero.... esse prédio...meu..minha mulher...minha filha – balbuciava desconexo, sentindo minha visão escurecer – minhas...
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- Você tomou o porre dos porres Edward! O que houve? Nunca te vi assim! – perguntou Emmett sentado á minha frente.
- Isso não é da sua conta! – murmurei, olhando através da janela, ainda sentindo os efeitos da noite anterior, lembrando-me perfeitamente das imagens que haviam feito com que eu perdesse a cabeça.
- Vamos lá cara! O que aconteceu para você se embebedar? Eu nunca o vi perder o controle dessa maneira desde os velhos tempos – provocou, fazendo-me girar a cadeira em sua direção, cerrando os olhos – Bem... quer dizer... você nunca se embebedou ao ponto de alguém ter que carregar você – deu de ombros – é por isso que estou curioso.

- Vá para o inferno com sua curiosidade Emmett – esbravejei, recolhendo uma pasta e jogando em sua direção – termine esse trabalho ainda hoje – ordenei, entregando o contrato que estávamos terminando de fazer alterações.
- Você não vai terminar de ler? – pediu confuso
- Não... vou deixar que termine e faça o que tiver que ser feito – avisei, girando novamente minha cadeira para a janela. Minha mente, meus pensamentos e minha atenção completamente voltados para um prédio a poucos quarteirões de distância onde estava minha mente e que acomodava três anos de respostas de uma vida morta – Estou aguardando Alice – disfarcei – hoje começa a audiência do processo – bufei, lembrando-me de mais um problema.
- Oh... começa hoje?  Será que vamos conseguir algo também dessa vez? 
- Não sei Emmett – respondi, voltando a minha posição normal, encarando seus olhos – nem todos estão á venda! – disparei, buscando sua reação. Eu ainda não tinha respostas sobre Bella e todos meus instintos me alertavam que eu deveria manter a boca fechada em relação as ultimas descobertas e principalmente não confiar em absoluto nas pessoas que tinham participado de nossa estória, inclusive Emmett – Alice foi justamente descobrir os nomes dos envolvidos e pelo que soubemos não é nenhum promotor a qual estamos acostumados, talvez eu tenha que cobrar alguns favores – comentei com asco. Tudo o que eu menos queria era lidar com a corja fétida do governo e da cidade, eu somente queria enfrentar Isabella.
- Edward... Infelizmente não conseguimos! Essa promotora é uma víbora, você vai ter que depor! – disse Alice aflita entrando em minha sala em um rompante seguida por Tanya, sentando-se ao lado de Emmett.
- Como assim Alice?- perguntou antecipando-se
- Ohhh.. oi Emmett – ruborizou-se – Bem.. fui ao fórum para acompanhar o despacho do processo e infelizmente não consegui fazer nada – lamentou-se olhando em minha direção – Não é um juiz que estamos acostumados.. e a promotora....
- Você é paga e muito bem paga, diga-se de passagem, para fazer o seu trabalho Alice, Como pretende que eu deponha em uma comissão sem que entregue os nomes de alguns políticos? Faça o seu trabalho! – rosnei irritado, recusando-me acreditar que eu teria mais esse obstáculo á frente. Não agora quando eu tinha minha mente focada no pesadelo de minha vida.
- Edward..você não entende – bufou, sentando-se mais á frente - Ela é uma promotora de prestígio, é conhecida como a Dama de Ferro dos tribunais, e seu caso, infelizmente foi parar em suas mãos.

- Como assim meu caso? – perguntei irritado – isso é apenas um processo de averiguação, não existem provas!

- Sim Edward, mas não vamos esquecer que no passado você já foi acusado dos mesmos crimes. E o estado poderá oferecer a denuncia se assim o desejar.

- Isso já aconteceu antes, o que temos de diferente agora? Fale com as pessoas certas, pague que for necessário e livre-se do problema como das outras vezes Alice – avisei irritado.

- O que há de diferente agora? – responde irritada, como nunca antes por causa de um processo – o problema é que essa promotora atua somente nos bastidores e não conhecemos nada sobre sua forma de trabalhar.

- Quem é o juiz oficial? – perguntei tentando entender seu nervosismo. Alice estava completamente insegura e isso nunca havia ocorrido, deixando-me apreensivo. Eu não podia ser criminalmente processado, não quando Bella e agora minha filha estavam próximas de mim.

- Stefan Lews, que por acaso já nos ajudou no passado – suspirou - Mas por alguma desventura, justamente o nosso caso foi designado á ela. .... e Edward... eu a conheço – confessou, encarando-me nos olhos – eu a conheci na universidade. Ela é uma cadela fria, calculista, que não demonstra compaixão ou mesmo sentimentos para quem quer que seja e não mede esforços quando quer algo – pontuou irritada, perdida em lembranças.

- Deve ser uma vadia mal amada isso sim – resmungou Tanya, fazendo-me revirar os olhos e notar sua presença ao lado de Emmett.

- O que está fazendo aqui Tanya? – perguntei

- Eu..bem vim ver se precisa de alguma coisa – respondeu sem graça

- Não preciso de nada... Agora pode sair! – retruquei apontando á porta, notando sua face enraivecer – você por ir também Emmett, depois nos falamos – avisei, querendo que os dois saíssem da sala, não dando espaço para argumentos.

- Eu posso jurar que essa mulher sente ciúmes de mim – murmurou Alice, acompanhando Tanya com o olhar.

- Esse assunto não lhe diz respeito e pouco me interessa o que você acha e muito menos Tanya – cortei de imediato, sem paciência alguma para escutar novamente o argumento de como se odiavam – Deve haver alguma maneira de ludibriar essa promotora Alice, suborne-a, compre-a.. Peça novamente ajuda de Carlisle, faça o que tiver que fazer e me livre disso! – ordenei.

- Acredita realmente que não tentamos fazer isso? Foi inclusive a primeira ideia do seu pai, ele mesmo telefonou para ela – comentou, deixando-me surpreso.

- E o que ela disse?

- Enviou uma ordem de restrição contra Carlisle! – explicou, deixando-me e olhos arregalados – e o mandou segurar a língua ou seria processado por tentativa de suborno.

Que mulher atrevida!

- Quem ela pensa que é? – rosnei. Era só o que me faltava, uma maldita velha rabugenta, querendo me colocar na prisão.

- Ela é Isabella Swan, isso é o que ela é! – pontuou Alice com raiva, jogando o processo com força na mesa e  deixando-me completamente petrificado...

- O que?... o que disse Alice? Como é o nome dela? – murmurei, sentindo todo o ar deixar meus pulmões.

- Isabella Swan!  A MESMA MALDITA QUE QUASE ACABOU COM MINHA VIDA NA UNIVERSIDADE! – gritou levantando-se.

- Que merda é essa Alice? – esbravejei, levantando-me também e andando em sua direção. Ela sabia sobre ela o tempo todo?  - Como sabe sobre Bella? – rosnei, agarrando seu braço com pressão.

- Bella? – perguntou confusa e de olhos arregalados – Eu estou falando de Isabella Dwyer, que na verdade é Swan. Essa vadia quase destruiu minha vida desde que se transferiu para Oxford – irritou-se, soltando-se do meu aperto – ela é o primeiro aluno da Universidade, ela é a pessoa que você foi atrás para trabalhar com você Edward!

Eu não podia acreditar.  Era Bella o tempo todo?  Eu estive perto o tempo inteiro? – perguntava-me fazendo meu sangue ferver.

- Essa vadia.. – murmurou irritada, fazendo-me agir de imediato.

- Nunca mais a chame de vadia! – rosnei, apertando seu queixo, fazendo com me encarasse assustada – se você tem amor a sua vida, nunca mais a chame assim – alertei, soltando-a.

- Você... você a conhece? – pediu confusa e assustada.

- Mais do que você imagina – murmurei, andando até a janela, minha mente fervilhando – nós vamos nessa audiência Alice.

- Edward... o que está acontecendo? .. eu não ..nós não temos nada preparado... ela...

- A única que precisa estar preparada será a Sra. Swan – avisei, com um plano em mente. 

Eu ainda não sabia os motivos que levaram Isabella me abandonar, as respostas viriam muito em breve e eu iria garantir isso. Mas o fato é que acima de mentiras, outras inverdades foram adicionadas e hoje eu vivia longe de minha filha por culpa da mulher que eu ainda amava. Eu não queria apenas Maggie, eu queria também sua mãe, e queria cobrar com juros tudo o que ela havia tomado de mim ao se afastar e usaria todos os meios inescrupulosos para conseguir isso, mesmo que isso colocasse atrás das grades seu pai e ainda comprometesse sua profissão.
Ambos possuíam suas armas, a pergunta era;
Quem estava na mão de quem? E principalmente que iria ceder primeiro.

“Não basta saber, é preciso também aplicar; não basta querer, é preciso também fazer.”



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