Capítulo 041/02- CONFRONTO
Edward– POV
Outra dimensão. Era assim que eu me sentia,
enquanto observava Bella do outro lado da mesa. Altiva, destemida.
Completamente diferente da menina mulher que conheci na universidade.
Na minha frente, não estava aquela garota
tímida, um tanto amedrontada que tinha acabo de entrar em um mundo completamente diferente do seu, e
que havia me enfrentado como nenhuma
outra pessoa antes, como um gatinho assustado, mas que tinha garras.
Não.
Á minha
frente, estava uma versão muito mais valente e ousada daquela menina.
Encarando-me com olhos frios, postura rígida e imponente, estava a mulher que
eu sempre soube que ela seria, fazendo-me regozijar interiormente, confirmando
o que eu sempre soube. Isabella era a
única mulher digna de ser uma Cullen. Eu nunca estive errado sobre isso.
Somente uma mulher valente como ela, poderia levar nos ombros esse titulo e
todo o poder que viria com ele.
Mas apesar do conhecimento de tudo isso, essa
confirmação, não alterava o fato de que essa mesma mulher havia desaparecido de
minha vida por três malditos anos, escondendo-se de mim, e acima de tudo,
negando-me minha paternidade.
Eu estava lívido.
- Isabella Swan – respondi seco seu cumprimento,
quando sentou—se á nossa frente, sentindo o sangue ferver em minhas veias.
Minha vontade era de saltar a mesa do tribunal, empurrá-la na parede e
segurá-la fortemente pelo pescoço, na mesma proporção que queria beijá-la até
eliminar todo o ar de seu pulmão – ou devo chamá-la de Isabella Dawyner –
rosnei, fazendo-me entender que suas mentiras não mais a protegeriam, sentindo
meus punhos se fecharem sobre a mesa, notando seu semblante primeiramente se
tornar surpreso para depois se fechar, fazendo com que seus olhos se tornassem
uma fenda em minha direção e sua bochecha escurecer em um lindo tom de
vermelho.
Maldita!
- Meu nome não é o que está em julgamento aqui
Sr.Edward Cullen e sim o fato do que o senhor está sendo processado por esse
estado por diversos crimes, entre ele calúnia e difamação – respondeu altiva,
com uma segurança que era hodierno para mim, deixando-me surpreso, curioso,
admirado e de pau duro, fazendo-me me contorcer na cadeira, fazendo com que me encarasse
de sobrancelha arqueada e batendo um enorme processo na mesa.
Isabella estava me enfrentando, e eu queria
fodê-la em cima daquelas folhas.
- Não sou somente eu que tem o rabo preso nessa
sala “doutora” – provoquei, sentindo Alice praticamente pular ao meu lado.
- Por Deus! Edward que merda está fazendo? –
sussurrou Alice em minha orelha, colocando a mão em meu braço na tentativa de
me acalmar, notando mais uma vez o olhar de Isabella escurecer, enviando
punhais em sua direção.
- Se você tem algo em particular para conversar com seu cliente Sra.Brandon, sugiro que
se retirem, não irei permitir nenhum comportamento inadequado nesse tribunal –
rosnou Bella, fazendo com que Alice a encarasse com raiva. As duas mulheres
estavam se duelando com o olhar. Duelo
esse vencido por Isabella facilmente.
Mas que diabos?
- Não haverá problemas Vossa Senhoria –
respondeu seca voltando a sua posição ao meu lado.
- Sugiro que contenha seu cliente – avisou,
sentando-se á nossa frente, fazendo com que eu sentisse seu perfume em minhas
narinas.
- Se contenha Edward – pediu Alice mais uma vez
- Você está dispensada Alice - avisei, sem nunca tirar o olhar de
Isabella, que agora me encarava surpresa.
- O que?.. O que disse? – perguntou confusa
- Eu estou lhe dispensando – expliquei olhando
em sua direção – Eu quero alguns momentos a sós com Isabella – avisei,
chamando-a informalmente.
Convenções que se danassem. Eu estava frente á
frente com a mulher de minha vida. A mesma mulher que havia me abandonado sem
explicações e que havia me enganado escondendo de mim nossa filha. Eu poderia
ser preso, mas Bella iria comigo.
- Mas Edward....
- Agora Alice! – ordenei firmemente.
- Que seja! – bufou, saindo com petulância.
- Você deixou sua advogada irritada Sr. Cullen –
provocou mordaz, cruzando os braços, em frente ao peito protetoramente. Eu
poderia jurar que ela estava com ciúmes, e esse reconhecimento inflamava meu
ego e alimentava ainda mais meu desejo de puni-la.
- Mande-o sair Isabella – rosnei, inclinando a
cabeça em direção ao segurança na porta.
- Ele está aqui para me proteger ....
- Você não quer que ele ouça nossa conversa – avisei
irritado, batendo meu punho sobre á mesa. Eu sabia que tudo o que estava prestes
á dizer, iria prejudicar sua carreira. Não que isso me importasse, porque
quando ela escutasse tudo o que eu tinha á dizer, sua carreira seria sua ultima
preocupação. – minha paciência está esgotada! – alertei mais uma vez.
- Você pode sair Liam – pediu ao segurança que
nos encarava tenso – pode ficar em posição no lado de fora, qualquer coisa eu
grito! – avisou, encarando-me, em um tom de ameaça, fazendo-me desacreditar em sua ousadia.
- Seus gritos não irão te ajudar Isabella – rosnei
baixo, dando á volta na mesa, caminhando lentamente em sua direção, notando seu
recuo, a cada passo que eu dava - – Porque eu lhe garanto que este tribunal não
saberá a diferença deles, se forem por estar lhe enforcando ou lhe fodendo em
cima dessa mesa! – ameacei deixando-a de boca aberta, encurralada entre a
parede e meu corpo – e acredite meu amor,
vou fazer os dois!
- Edward...
- Cale essa maldita boca! – cortei, formando uma
gaiola com meus braços ao seu redor – eu não quero escutar suas mentiras! Três
anos! Três fodidos anos... como você pode fazer isso comigo? – rosnei,
cheirando seu cabelo, sentindo seu perfume tão saudoso, penetrar em meu
sistema, angustiando-me na mesma proporção que apaziguava as sensações que
cresciam em meu peito. Todo meu corpo
lutando com os sentimentos que tomavam conta de mim – eu tenho vontade matar
você! Acabar com cada pedaço de sua alma, esmagar seu coração como você fez com
o meu – confessei, enfiando minha mão em seu cabelo macio, enrolando os fios
fortemente em meu pulso, forçando seu olhar de encontro ao meu – Não ouse
chorar! – esbravejei ainda mais irritado – não se atreva a derrubar uma lágrima
falsa porra!
- Você está me machucando – avisou, engolindo um
soluço, desafiando-me – tire á merda de suas mãos de mim! – rosnou, cravando
suas unhas dolorosamente em meu braço, inflamando o desejo ardente que seu
sempre havia sentido.
- Eu não vou lhe soltar! Não até você me falar
porque fez isso conosco. Você me enganou Isabella... .. acreditei em você e
.... você porra me usou! Como qualquer vadia que passou em minha cama antes de
você! Eu acreditei que fosse diferente, e no final você não passava de mais uma
alpinista social, uma vagabunda que só queria status – menti, notando as lagrimas
brotarem ainda mais de seus olhos. Eu sabia que estava mentindo; que mesmo não
querendo, eu confiava nela e sabia que ela nunca havia se aproximado de mim por
esses motivos, mas eu queria ferir seus sentimentos. Meu desejo de machucar era
maior do que as verdades que eu acreditava.
- SEU FILHO DA PUTA! PREPOTENTE DE MERDA,
MENTIROSO, CANALHA – começou a gritar, desferindo um tapa tão forte, que fez
meu rosto virar, liberando-se da prisão dos meus braços, com um empurre forte
em meu peito – COMO SE ATREVE A DIZER ISSO DE MIM?
- COMO OUSO? VOCÊ ME ENGANOU! – gritei de volta,
avançando novamente em sua direção – Você se fez de puritana, de certinha, toda
cheia de não me toques e tenho princípios, quando na verdade tudo não passava
de uma faixada para esconder o que realmente sempre foi.. uma interesseira...
uma ...
- Não se atreva a continuar! – avisou, apontando
um dedo em minha cara. Seu rosto estava vermelho de ódio, sua respiração
ofegante. E maldita se ela não parecia á coisa mais linda do mundo – Como se
atreve a me acusar de não ser verdadeira com você, quando não passa de um
canalha mentiroso? – vociferou, cutucando meu peito com o dedo fino e duro de
forma dolorosa.
- Eu. Nunca. Menti. Para. Você – rosnei,
segurando minhas mãos em punhos ao lado do meu corpo, afim de conter o desejo
de enfiá-las ao redor do seu pescoço tentador.
- Nunca mentiu? – sorriu com escárnio – eu não
sei o porquê ainda perco tempo com você! Não merece um minuto de minha
atenção.. nunca mereceu. E sabe mais o
que? Nós estamos aqui com um propósito.. vamos nos atentar á ele! – argumentou,
tentando mudar de assunto - Talvez você devesse se declarar culpado das
acusações Cullen, você pode ser bom em mentir, mas eu sou boa no que faço e posso
lhe garantir isso. Você me pouparia tempo e trabalho – disse petulante,
arrumando seus cabelos e a postura, deixando-me ainda mais raivoso.
- Escute aqui Swan – esbravejei, empurrando mais
uma vez seu corpo com força na parede, causando-lhe uma careta de dor,
assustando-me com minha própria agressividade – nó dois sabemos que esse
processo é fraudulento...
- Você é uma fraude Edward...
- Assim como você! – retruquei, calando seu
argumento – você mentiu sobre seu nome, mentiu sobre seu diploma, você fradou
documentos e acima de tudo me negou direitos reservados por lei. Quando todos
souberem que a famosa promotora, a doce e integra Isabella, esconde em seu
armário tamanha podridão, todo seu credito irá desaparecer e acredite em mim,
eu irei ter o prazer de ver sua carreira se deteriorar – ameacei, segurando seu
pescoço em minha mão.
- Eu não sei do que está falando – murmurou com
a voz temerosa e de olhos arregalados.
- Você sabe... mas eu posso te recordar minha querida... Você utilizou o nome de
solteira de sua mãe para se formar, um nome que consta em uma documentação
falsa; Você furtou meus documentos para registrar, sem meu conhecimento e sem
minha autorização, a paternidade de nossa filha – rosnei, notando seu semblante
se tornar cada vez mais pálido e assustado -
e negou-me os direitos de pai. Como pode ver meu amor – zombei – eu posso acabar com você, com apenas com uma
ligação.
- Você é um monstro..... – sussurrou dando vasão
ás lágrimas.
- Você libertou o monstro quando em abandonou...
– respirei fundo, tentando controlar minhas próprias emoções – eu te amei e
você me abandonou... Um maldito bilhete.... você me deixou a porra de um
maldito bilhete e foi embora levando minha filha com VOCÊ! – gritei, sentindo a
dor em meu peito.
- Você me traiu... o que esperava que eu fizesse
Edward... VOCÊ PORRA ME TRAIU, SEU MADITO! – gritou, dando-me socos em meu
peito – COMO PODE FAZER ISSO COMIGO... SEU DESGRAÇADO... EU ESTAVA FELIZ... TÃO
FELIZ..
- EU NUNCA TRAÍ VOCÊ! – gritei ainda mais,
segurando seus punhos em minha mãos -
MALDIÇÃO ISABELLA .. EU NUNCA TE ENGANEI PORRA!
- MENTIROSO! – acusou, batendo mais uma vez em
meu rosto – EU ESCUTEI! - gritou mais
uma vez, caindo em um soluço incontido – eu cheguei em casa... eu iria fazer um
jantar para lhe contar sobre á gravidez... as roupas... todas aquelas roupas
pelo chão... os gemidos... EM NOSSA CASA.. EM NOSSO NINHO... COMO VOCÊ PORRA
PODE, TRANSAR COM TANYA EM NOSSA CAMA!.. EU TE ODEIO..EU TE ODEIO! – gritou,
deixando-me em transe, suas palavras, causando um arrepio mortal em meu corpo,
deixando-me em alerta de imediato. Um fluxo corrente de memorias antigas
invadindo minha mente, deixando-me atordoado.
- BELLA PARE! - gritei, chamando sua atenção,
enquanto se debatia em meus braços – que droga! Eu nunca traí você! – repeti.
- Eu não acredito em você! – fungou, de cabeça
baixa.
- Você tem que acreditar! – pedi, pegando seu
queixo, inclinando seu rosto em minha direção – você me deixou um bilhete? –
perguntei, tentando juntar peças em minha mente perturbada.
- Não... eu nunca deixei um bilhete para você!
eu não podia... porque ...porque fez isso
Edward... porque acabou conosco assim? – chorou, desvencilhando-me do
meu toque – você me destruiu uma vez... não vou deixar você fazer isso
novamente..
- Olhe para mim.. – pedi, quanto seus olhos
desviaram do meu – OLHE PARA MIM MERDA! – exigi, a fúria ardendo em meu peito.
Minha mente repleta de imagens passadas e a palavra “armação” piscando em minha
visão em vermelho sangue – eu penso que
nos dois fomos vitimas de uma armação....
- Essa é sua desculpa – zombou cortando-me
- Não.. é a verdade e vou provar á você! –
avisei.
- Você não descobriu isso até hoje.. pretende fazer
isso agora?... Você não precisa criar
provas falsas Cullen.. isso não vai mudar nada!
- Você tem razão.. não vai! – confirmei, as
linha de confusão formando em sua testa
– porque quando eu provar que fomos vitimas de uma armação, eu garanto á você
que os responsáveis por isso vão pagar, com suas vidas se for preciso. Mas você minha querida, vai pagar
com eles por ter me abandonado e principalmente por ter afastado minha filha de
mim – alertei.
- Você está me ameaçando? – perguntou, limpando o
rosto com a mão, empinando o queixo em minha direção – porque eu não tenho medo
de você! – desafiou, deixando-me imediatamente duro.
Eu queria fodê-la.
- Pois deveria
... você deve ter muito medo de
mim – rosnei, mais uma vez, enfiando a mão em seus cabelos novamente, puxando
seu rosto em minha direção – você deveria estar apavorada – murmurei em seus
lábios, o doce hálito batendo em meu rosto, inebriando meus sentidos.
- Eu te odeio.,. - murmurou, fechando os olhos... entregue como
no passado.
Eu podia sentir o ar espeço de luxuria á nossa
volta, recordando-me de como erámos bons juntos.
- Eu também odeio você – sussurrei, tomando sua
boca, violentamente.
Paixão.
Saudade.
Arrependimento.
Amor. Amor. Amor.
- Três malditos anos.... – sussurrei ofegante,
algum tempo depois em busca de ar, beijando sua mandíbula e pescoço – Deus....
- Não.. por
favor me deixe.... –começou a pedir, quando seu celular tocou em sua bolsa, ao toque de uma melodia infantil –
Maggie... – murmurou – Me solte Edward..
Maggie – repetiu, livrando-se dos meus braços, correndo á mesa – Maria o que
houve? – pediu aflita – O QUE?... – gritou, cambaleando, fazendo com que rapidamente
eu estivesse ao seu lado, segurando sua cintura – Estou indo... eu estou indo –
repetiu, desligando e rapidamente recolhendo suas coisas.
- O que houve? – perguntei, notando seus ombros
e mãos tremerem pelo choro – o que
aconteceu com nossa filha? – pedi, fazendo com que girasse o corpo em minha
direção com o olhar atordoado e surpreso. – Não minta para mim Bella! Eu sei
tudo sobre ela... sem mais mentiras ..eu tenho todo o direito de
saber droga! - pedi temeroso. Sendo
tomado por uma aflição desconhecida.
- Ela.. ela está no hospital – avisou, com
suavidade – nossa filha está no hospital.. está com muita febre... eu preciso
ia até lá...
- Nós dois vamos... venha.. você está sem condições
de dirigir – ordenei, puxando sua mão, não dando espaço para argumentos,
praticamente arrastando seu corpo em direção a saída.
- Você não pode chegar lá assim... ela vai fazer
perguntas e....
- Eu não vou mais abrir mão de minha filha... –
avisei, olhando em seus olhos – Eu sei que temos muito á conversar, que ainda
você tem explicações a dar – alertei, ignorando sua cara indignada - não pense por
um minuto, que estou em sua vida de passagem Swan. Você não vai mais sair do
meu lado, você tem uma divida comigo, e a cobrança começa agora! Eu quero você,
eu quero Maggie em minha vida.... e nada, nem ninguém vai estar em meu caminho novamente...
nem você Isabella... acredite nisso!
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