segunda-feira, 15 de julho de 2013

CNY - Capítulo 048/02

Capítulo 048/02-  O INÍCIO DA VERDADE.

Bella– POV

Minhas mãos tremiam. Todo meu corpo demonstrava ansiedade e temor. Várias cenas horríveis rodavam em minha mente e inúmeras perguntas surgiam; Como Jenks podia ter morrido? Será que Edward havia descoberto que ele era a pessoa que havia me ajudado a fugir e se esconder e por isso o teria matado? E o que mais temia; será que além de todas as fraudes no processo contra Edward ele também tinha se tornado um assassino?

Eu não sabia o que pensar. Eu me recusava acreditar que ele havia se transformado dessa maneira, mas o olhar em seu rosto quando observava a foto de Jenks no jornal me deixava ainda mais nervosa, apavorada e irritada.
- Você acha que eu tenho algo a ver com a morte de Jenks Isabella? - rosnou aproximando-se de mim e segurando meu queixo em sua mão, forçando meu olhar de encontro ao seu.
- EU NÃO SEI! – gritei tentando fugir do seu agarre - Eu não sei do que você é capaz de fazer, eu não sei como confiar, somente sei que alguém que era importante em minha vida apareceu morta depois que você começou a fazer parte dela novamente - balbuciei, deixando que as lágrimas escorressem por meus olhos – Jenks era meu amigo, ele me ajudou quando precisei, ajudou Maggie, eu...  me diga ...por favor ...
- Espere! - pediu Edward, sacudindo a cabeça, franzindo os olhos em desgosto - Porque porra você disse que ele é alguém importante na sua vida? O que o homem que contratei para te seguir por mais de dois anos tem a ver com sua vida? Como você conheceu Jenks? - pediu agitado - FALA! – gritou me assustando – Isabella por Deus me conte a verdade – pediu angustiado, como se quisesse falar mais. Mas suas poucas palavras já haviam chamado minha atenção.
- Você... você contratou Jenks para me seguir? – perguntei atônita, apavorada que minhas suspeitas haviam se confirmado – Então você realmente conhecia Jenks? Meu Deus Edward...  JENKS FOI QUEM ME AJUDOU, FOI JENKS QUE ME AJUDOU A SE ESCONDER DE VOCÊ! VOCÊ NUNCA PROCUROU POR MIM - gritei de volta, soltando-me do seu aperto, notando seu corpo ficar estático e a face retorcida como se tivessem acabado de lhe desferir um golpe profundo - Edward.. por favor.... me diz que você não fez isso... por favor!
- Você acha que eu nunca procurei por você? Você simplesmente acha que iria embora da minha vida sem nenhuma explicação e eu não iria atrás? – sorriu com escárnio – você acredita muito pouco em mim Isabella – comentou soltando-me - Agora entendo porque nunca te encontrei antes- murmurou - Jenks trabalha para minha família há anos Bella. Esse desgraçado faz todo tipo de serviço para meu pai, dos quais eu duvido que possa imaginar, ele tem acesso a muita documentação de nossa empresa, e não tenho mais dúvidas de que com isso ele conseguiu manipular toda essa situação.  Você nunca se perguntou como ele conseguiu registrar nossa filha sem que eu soubesse? Ou como conseguiu financiar o que fosse para te manter longe de mim? – perguntava aflito, andando até a janela, observando a chuva torrencial que caia sobre a cidade, criando um plano de fundo para a tormenta que ocorria em nossas vidas, ajudando a criar um ambiente ainda mais hostil – Eu confrontei esse bastardo – confessou ainda de costas para mim – no dia que te encontrei em um PUB, desconfiei que algo muito podre estava acontecendo,  e  ordenei que o trouxessem para mim.
- O que você fez Edward? – perguntei aproximando-me sutilmente – Por favor... não me diga que você...
- Eu não o matei – cortou-me – mas dei um tiro em seu joelho – respondeu sombriamente, girando seu corpo de frente ao meu – Eu queria matá-lo e ainda iria querer se o bastardo já não estivesse morto. Ele me manipulou Isabella. Ele mentiu, traiu de forma sórdida. Mas do que ninguém Jenks sabia da minha aflição, do meu desespero para encontrar você – confessava, demonstrando através das nuances de raiva em sua face, vestígios do meu antigo Edward, o homem por qual havia me apaixonado perdidamente - Eu morria um pouco a cada dia e perdia as esperanças em cada resposta negativa nos relatórios que ele me entregava sobre seu desaparecimento.  Não me julgue por querer matar esse merda, porque você não sabe o que eu passei – irritou-se levantando a voz – Enquanto você o ajudava a te esconder de mim, eu sofria porra! Quem me garante que vocês dois não riam de mim pelas costas? Eu posso suportar que Jenks tenha se aproveitado do meu sofrimento Bella, porque esse filho da puta confessou que queria você – rosnou – Mas não posso suportar que você tenha feito isso comigo deliberadamente – disse com os olhos marejados e uma tristeza tão profunda que naquele momento acreditei realmente que me contava a verdade.  A verdade sobre tudo.
Edward não havia me traído. Edward não havia matado Jenks, embora não negasse o desejo de fazê-lo. Edward havia sido manipulado e agora eu acreditava que eu havia sido também. Nós dois erámos peças de um jogo sórdido. Pessoas haviam jogado com nossas vidas, desde o nosso namoro e ambos não havíamos dado conta disso, até esse momento.
- Eu nunca zombei de você Edward. Eu confesso que nunca questionei as ações de Jenks tampouco. Eu estava perdida, aflita, morta com a possibilidade de sua traição, sozinha e com medo de perder nossa filha com seu poder, que nunca questionei suas ações, um pouco antes de me formar, eu soube que não havia uma maneira de que havia registrado Maggie em seu nome sem ser por meios inescrupulosos. Mas eu já estava envolvida, eu precisava trabalhar para sustentar nossa filha e não podia ter algo que prejudicasse minha índole profissionalmente, por isso nunca levei adiante minha suspeitas, e acima disso tudo, eu simplesmente amava o fato de que nossa filha tivesse seu sobrenome, de alguma forma doentia eu sentia você perto de mim, era como se algo me dizia que você iria nos encontrar por esse motivo. Isso sempre esteve em minha mente, mesmo que eu não quisesse aceitar – revelei - Eu também sei que ele nutria algum tipo de sentimento por mim – confessei notando seus lábios em uma linha rígida de fúria contida – mas eu nunca tive nada com ele, nunca sequer me aproximei dele dessa maneira Edward. Eu sempre fui sua, isso nunca mudou – repeti pegando sua face entre minhas mãos – por favor acredite em mim – pedi.
- Você é minha Swan – rosnou, levando as mãos em minha nuca bruscamente, e tomando meus lábios com os seus – acredito em você, mesmo porque aquele viado confessou que não tinha te tocado quando implorava para não morrer em minhas mãos – confessou, fazendo com que um sorriso malvado enfeitasse o rosto perfeito me deixando surpreendentemente excitada.
- Você não pode matar pessoas Edward – sussurrei em seus lábios.
- Não... somente aquelas que nos separaram baby – sussurrou de volta, passando o nariz em minha bochecha, esfregando seu rosto no meu.
- Pessoas tramaram contra nós – continuei murmurando, dando acesso ao meu pescoço.
- Eu sei.. eu sei baby, mas você não precisa se preocupar com isso, eu vou cuidar de tudo, todos que nos traíram vão pagar – avisou, buscando meus olhos novamente.
- Você tem em mente quem fez isso conosco?... Você acha... acha que pessoas próximas a nós tem algo a ver com isso? – perguntei, querendo saber de suas suspeitas.
- Já disse para não se preocupar com isso ...
- Não me venha com essa merda Cullen – esbravejei, saindo dos seus braços – Não foi somente você que sofreu com essa separação. Nós dois fomos enganados e por isso nossa filha foi atingida no processo. Por muito tempo eu observei nossa menina esperar por você. Ninguém mexe com minha filha e fica impune – rosnei – portanto se você acha que vou ficar aqui sentada, desconfiada das pessoas, enquanto você está lá fora procurando os culpados, você tem que pensar em outra coisa!
- Fico morrendo de tesão quando você joga de mamãe urso, toda raivosa, protegendo sua cria – gemeu, levando a mão em seu pau e ajustando, fazendo-me ofegar.
- Não tente me distrair – acusei irritada – estou falando sério Edward, ou somos uma frente unida de uma vez por todas, ou ...
- Não se atreva a terminar essa frase Swan – esbravejou, cobrindo minha boca com sua mão enorme – não há possibilidade alguma de que fiquemos separados novamente. Eu venho tentando enfiar isso na sua cabeça teimosa desde que nos reencontramos, estamos juntos e agora é para sempre. Você vai vir morar comigo, vai transformar minha casa, em nossa casa, porque lá temos como proteger nossa filha, eu prometo não esconder nada de você, mas tenho uma condição.
- Qual condição – pedi ofegante, diante de suas palavras e do poder que emanava delas. Edward sempre havia me atordoado quando deixava seu lado poderoso e dominante fluir ao meu lado.
- Case-se comigo Bella. Vamos formar a família que havíamos prometido um ao outro desde o início. Por nós, por Maggie, para mostrar a esses filhos da puta que tentaram nos separar que eles não venceram e nunca irão conseguir  – pediu, encarando-me com os olhos verdes cheios de angústia, raiva, desejo e principalmente amor.
- Não é tão simples assim....
- Não começa com isso Isabella. Porra!  - irritou-se agarrando-me pelos ombros – Você não vai fugir de mim novamente.
- Estou processando você Edward! – esbravejei de volta – Como se não bastasse toda essa merda envolvendo nós dois, ainda temos que pensar em todas aquelas provas de extorsão, lavagem de dinheiro... – divagava andando aflita pela sala. – Você fez tanta merda!...
- Essas provas não são contra mim Isabella – anunciou tirando-me dos meus devaneios.
- Não são Como assim não são? Estão no processo contra você, algumas...
- São evidências forjadas por Jenks para livrar meu pai de acusações – suspirou profundamente, passando as mãos pelo cabelo – Bella... Carlisle não pode ser acusado ou processado por nada, se isso ocontecer ele perde a Presidência das Industrias...
- Você.... você está me dizendo que você assumiu a culpa por seu pai? – perguntei estupefata – porque você faria uma sandice desta?
- Porque desde que você foi embora da minha vida, eu não tive mais motivos para ser correto – deu de ombros – nada me importava, eu não tinha mais que provar a você que eu poderia ser um cara honesto. Eu me tornei o homem que Carlisle queria, eu deixei o monstro verde me dominar – revelou, fazendo que um frio horripilante passasse por meu corpo.
- Edward.. seu pai... você acha.... – balbuciava, mal conseguindo proferir as palavras que queriam sair através das imagens em minha mente, notando Edward retesar e uma fúria assassina dominar seu rosto.
-  AQUELE FILHO DA PUTA!

A vingança procede sempre da fraqueza da alma, que não é capaz de suportar as injúrias.